Estudo aponta que fim da jornada 6×1 pode encolher PIB em até 16%
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Segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais, medida pode causar perda de R$ 2 trilhões e eliminar até 18 milhões de empregos formais
Por Andrey neves
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) aponta que a proposta de extinguir a jornada de trabalho no modelo 6×1 — seis dias trabalhados por um de folga — pode provocar um impacto negativo de até 16% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O levantamento estima uma perda de mais de R$ 2 trilhões para os setores produtivos, caso a medida avance.
Entre os principais efeitos econômicos previstos estão o aumento do custo para as empresas, a redução da competitividade nacional e a elevação da informalidade. A FIEMG projeta ainda que a mudança poderia extinguir cerca de 18 milhões de postos de trabalho e diminuir a massa salarial em R$ 80 bilhões.
A entidade argumenta que, ao elevar custos, empresas seriam forçadas a repassar os valores para o consumidor, pressionando ainda mais a inflação. O estudo também questiona a efetividade da medida sem ganhos reais de produtividade. De acordo com a FIEMG, o trabalhador brasileiro tem apenas 23% da produtividade de um norte-americano, o que agravaria o desequilíbrio.
Críticos da proposta apontam que o projeto carece de uma transição viável e ignora a realidade socioeconômica do país. Afirmam que, diante da baixa remuneração média e da precariedade dos empregos, muitos trabalhadores usariam o tempo livre para buscar outra fonte de renda, e não para descanso ou lazer.
Embora existam argumentos favoráveis à redução da jornada, como melhora no bem-estar e possível aumento de consumo, especialistas alertam que o debate precisa considerar a sustentabilidade econômica e as particularidades do mercado de trabalho brasileiro.