Cinismo institucional | O Brasil que pune quem contribui e protege quem destrói

Published On: 25/04/2025 11:06Etiquetas: , , ,

Compartilhar

Enquanto aposentados ficam sem receber, políticos propõem que o povo pague a fatura da corrupção. E a justiça, mais uma vez, parece atuar como parte do teatro

Por Andrey Neves

É como se o Brasil tivesse se tornado uma máquina de fabricar políticos blindados, especialistas em manobras que desafiam a inteligência do cidadão comum. A última do enredo? O INSS foi alvo de um rombo que deixou milhares de aposentados sem acesso aos seus benefícios. E como resposta, o PSOL teve a ousadia de sugerir que a própria população arque com o prejuízo.

A proposta não parece só absurda — ela é um tapa na cara de quem trabalha a vida inteira e vê o Estado falhar na sua única obrigação básica: garantir o mínimo de dignidade a quem já deu sua contribuição. O recado é claro: quem rouba, goza de proteção política. Quem trabalha, paga a conta.

E se faltava cinismo, ele veio com requintes de crueldade. O ministro Alexandre de Moraes decidiu intimar o ex-presidente Bolsonaro enquanto este está internado em uma UTI, após um ataque motivado por um eleitor do PSOL. A intimação, no mínimo inoportuna, revela o tom de provocação institucional que virou praxe.

Desde então, o estado de saúde do ex-presidente tem apresentado piora — o que não surpreende, dado o nível de estresse envolvido. Mas, no Brasil de Lula 3, as prioridades são outras: blindar aliados, empurrar narrativas convenientes e alimentar a pobreza como estratégia de dominação. Quanto mais dependente do Estado o povo for, mais seguro está o projeto de poder.

O que vemos hoje é um país anestesiado pela repetição dos abusos. Um Brasil onde o pobre é mantido eternamente pobre, com uma esmola estatal disfarçada de inclusão social. Um Brasil em que a impunidade virou norma e o cinismo, política pública.

Faça um comentário