Inelegível, condenado e cercado de velhos aliados, o ex-governador tenta voltar ao jogo político apostando na amnésia do eleitor

Por Andrey Neves

José Roberto Arruda anunciou que pretende disputar novamente o governo do Distrito Federal em 2026, filiado ao PSD. Para compor sua chapa, cita nomes como Alberto Fraga, Izalci Lucas e Bia Kicis, trio que, convenhamos, dispensa apresentações quando o assunto é polêmica.

Alberto Fraga, ex-deputado, foi condenado por porte ilegal de arma e também envolvido em acusações de corrupção ativa. Izalci Lucas já foi investigado por improbidade e desvio de recursos públicos no projeto “Bolsão Escolar”. Bia Kicis, por sua vez, responde a processos por disseminação de fake news e por ataques ao Supremo Tribunal Federal. Que equipe exemplar, não?

Arruda, o maestro dessa orquestra, segue dizendo em alto e bom som que está “totalmente elegível”. Mas a realidade é outra. O Superior Tribunal de Justiça manteve sua condenação por improbidade administrativa na Operação Caixa de Pandora, o escândalo que escancarou o mensalão do DEM. A jurisprudência é clara: ele está inelegível. Ou seja, mente descaradamente quando tenta vender a imagem de vítima da Justiça.

Enquanto posa de candidato, Arruda usa as redes para inflar o próprio ego e reacender antigas alianças. O roteiro é velho: joga com o tempo, aposta na distração do eleitor e, se nada der certo, no apagar das luzes, tenta empurrar a esposa, Flávia Arruda, “na cara do gol” para aproveitar o restinho de capital político que ainda lhe sobra.

Mas Brasília tem memória. A cidade lembra dos maços de dinheiro, das gravações, das malas e das risadas nos bastidores. A cada tentativa de retorno, Arruda parece esquecer que o povo candango não sofre de amnésia moral.

E aí, leitor, será que quem já traiu a confiança pública merece nova chance? Ou a resposta continua ecoando nas ruas da capital: Arruda, Brasília não te quer.

Tags: José Roberto Arruda, Caixa de Pandora, Alberto Fraga, Bia Kicis