Agora o cidadão de bem deixa de sustentar quem escolheu a facção como modo de vida

Por Andrey Neves

O Brasil parece estar acordando aos poucos. É aquela sensação de levantar depois de uma ressaca no domingo, com alguém batendo palma na sua porta antes das oito da manhã. O cidadão de bem, aquele que sustenta a máquina pública e ainda banca mordomia de preso, começa finalmente a ver alguma mudança.

Agora, pelo menos, o trabalhador não vai mais mandar um salário para a família de bandido de facção. Já era um absurdo: o brasileiro que acorda cedo, pega ônibus lotado e rala para sobreviver ter que sustentar, via imposto, a família de quem roubou, matou ou traficou. E claro que alguns dos PeTralhas ficaram incomodados e votaram contra. Talvez por terem família conhecida lá dentro ou quem sabe como um plano de carreira. Porque sinceramente, não vejo motivo lógico para proteger quem vive às custas do crime enquanto o contribuinte é espremido até o último centavo.

E enquanto tudo isso acontece, o cidadão comum, que recebe um salário mínimo, paga mais de 4 mil reais por ano em impostos. Sim, aquele que muitas vezes não tem dinheiro para comprar carne, paga essa fortuna em tributos embutidos em comida, água, luz, gás, transporte, internet e até nas compras mais básicas da casa. E ainda tentam vender a ideia de que o SUS é “grátis”.

Meu sonho ainda é ver o cidadão de bem pagando menos imposto, trabalhando para sustentar a própria família e não uma cadeia inteira de gente que escolheu o caminho errado.

Informações importantes sobre o que foi aprovado

• Presos provisórios não votam mais.
• Famílias de presos de facção e milícia perdem auxílio-reclusão.
• Penas ficam mais duras para integrantes de organizações criminosas.
• Proibido indulto, anistia e liberdade condicional nesses crimes.
• Bens podem ser bloqueados logo no início das investigações.
• Chefes de facção podem ser mandados para presídios federais.
• O texto agora segue para o Senado.

Para o leitor pensar

Talvez este seja apenas o primeiro passo. O Brasil começa a fechar a torneira que sempre jorrou dinheiro público para quem escolheu viver do crime. Resta saber se um dia teremos coragem de fazer o mesmo com quem vive do sistema sem entregar nada em troca. Porque no fim das contas, quem paga a conta é sempre o mesmo: você.