Jovens enfrentam dificuldades na escrita manual e na elaboração de textos complexos, levantando preocupações sobre o futuro da comunicação

Por Kelly Gomes

A comunicação sempre foi uma habilidade essencial para a humanidade, e a linguagem escrita, desenvolvida há cerca de 5.500 anos, desempenhou um papel central nesse processo. No entanto, especialistas alertam que a Geração Z está enfrentando um desafio inédito: a perda da habilidade de escrever à mão e de se expressar de forma clara e elaborada.

Com o avanço da tecnologia, a escrita manual tem sido cada vez menos utilizada. Segundo a professora Nedret Kiliceri, entrevistada pelo Türkiye Today, estudantes universitários apresentam dificuldades em escrever de forma legível e seguem desconhecendo regras básicas da escrita. “Antigamente, os alunos usavam papel e lápis com frequência. Hoje, eles lidam desde cedo com telas e teclados, o que prejudica a caligrafia, especialmente no ensino médio e na faculdade”, afirmou.

Essa mudança não se limita à escrita manual. Jovens também têm dificuldade em desenvolver ideias mais complexas em textos, preferindo mensagens curtas e diretas, influenciadas pelo uso das redes sociais. Estudos mostram que, após apenas um ano utilizando exclusivamente ferramentas digitais, 40% dos alunos perdem fluência na caligrafia, enfrentam desconforto ao escrever e se cansam rapidamente.

Embora a Geração Z demonstre habilidade em sintetizar informações, a falta de prática na escrita manual e a preferência por textos curtos têm preocupado educadores e especialistas. Fóruns online, como o Reddit, também revelam que muitos jovens sentem que estão perdendo a capacidade de se comunicar de forma eficiente.

Diante desse cenário, especialistas sugerem a prática da escrita manual e a adoção de métodos híbridos que alternem entre o digital e o papel. Afinal, a escrita é mais do que um meio de comunicação: é parte do que nos conecta como seres humanos.