A verdade por trás da prisão de Bolsonaro hoje

Publicado em: 22/11/2025 12:52Tags: , , ,

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A prisão que levanta mais perguntas do que respostas e reacende a guerra das narrativas no país

Por Andrey Neves

A prisão de Jair Bolsonaro foi decretada sob a alegação de que ele teria tentado violar a tornozeleira eletrônica. A palavra tentativa novamente aparece como base de uma decisão pesada e imediata. Tentativa de golpe. Tentativa contra o Estado Democrático de Direito. Tentativa de violação. A narrativa é sempre construída sobre o que supostamente quase aconteceu, nunca sobre um fato comprovado para a opinião pública.

Enquanto isso, o que realmente estava ocorrendo do lado de fora? Mais uma vez, as pessoas consideradas perigosíssimas pelos analistas de gabinete estavam em ação. Mas quem eram essas figuras ameaçadoras? Integrantes do MST? PCC? CV? Não. Eram pessoas orando na porta do condomínio do ex-presidente, pedindo pela sua saúde, que se deteriora desde a facada desferida por Adélio Bispo, declarado filiado ao PSOL e com vínculos históricos ao PT.

A cada nova narrativa, o país é empurrado um pouco mais para o abismo. Os discursos prontos se repetem e a confusão interessa a quem domina o tabuleiro. Prova disso é a cena lamentável registrada em frente à Superintendência da Polícia Federal, onde Bolsonaro está detido. Grupos pró-Bolsonaro e pró-Lula partiram para agressões verbais e até físicas diante das câmeras de diversas emissoras. A Polícia Militar assistiu sem intervir, como se fizesse parte do espetáculo.

O circo está montado e os papéis já foram distribuídos.

Bolsonaro cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto de 2025, obrigado a usar tornozeleira eletrônica e a viver sob severas restrições. Sua própria filha, Laura, completou 15 anos dentro desse período, celebrando a data enquanto o pai permanecia recluso em casa por ordem judicial.

A Justiça envia recados claros a Brasília e a sensação de vingança institucional se torna cada vez mais evidente. Muitos afirmam que só vão parar quando conseguirem repetir com Bolsonaro o que fizeram com Lula, mas existe uma diferença gritante. Nunca conseguiram e dificilmente conseguirão acusar Bolsonaro de corrupção ou roubo. Essa é a ferida aberta que irrita profundamente setores da esquerda radical.

O que resta agora é simples e ao mesmo tempo gigantesco. Seguir carregando a verdade para as próximas gerações. Porque os livros escolares que virão, no modelo pedagógico inspirado em Paulo Freire, provavelmente apresentarão Lula como um herói e Bolsonaro como um patriota preso por tentativas que jamais se concretizaram.

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