Autismo e Comunicação Alternativa: quando falar vai além das palavras
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Recursos visuais, gestuais e tecnológicos ajudam pessoas autistas a se expressarem e conquistarem mais autonomia
Por Andrey Neves
Nem toda comunicação depende da fala. Para muitas pessoas no espectro autista, especialmente aquelas que têm dificuldades com a linguagem oral, a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) pode ser a ponte entre o silêncio e a expressão. Esse conjunto de estratégias utiliza imagens, gestos, símbolos, tablets ou até pranchas com figuras para facilitar a interação com o mundo.
A CAA não é um substituto da fala, mas um suporte para ampliar a capacidade comunicativa. Ela pode ser usada de forma temporária ou permanente, dependendo do perfil de cada pessoa. Entre os recursos mais conhecidos estão os sistemas de troca de figuras (PECS), aplicativos de comunicação e até o uso de Libras, quando apropriado.
Especialistas alertam que a implementação da CAA deve ser feita com acompanhamento profissional, como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, e sempre considerando o contexto familiar e escolar. “A comunicação é um direito humano. A criança que não fala precisa ter outras formas de ser compreendida e participar das interações sociais”, afirma Andréa Oliveira, terapeuta com atuação na área da neurodivergência.
A falta de acesso à CAA pode levar a comportamentos interpretados como “birra” ou “desobediência”, quando na verdade se trata da frustração de não conseguir comunicar necessidades básicas. Ao contrário do mito de que o uso de figuras “atrapalha” o desenvolvimento da fala, estudos mostram que a CAA pode, inclusive, estimular a linguagem oral em alguns casos.
A Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo – seccional Distrito Federal (ABRACI-DF) oferece orientação e apoio para famílias que desejam conhecer mais sobre o uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa.
Contato da ABRACI-DF:
Instagram: @abracidf
Telefone/WhatsApp: (61) 99680-2226
Site: abraci.org.br