Boulos ministro | O prêmio máximo da militância

Publicado em: 21/10/2025 11:43Tags: , , ,

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Lula novamente ataca com as companheiradas e entrega a Secretaria-Geral da Presidência ao rei das invasões. O que está por trás desse malabarismo político?

Por Andrey Neves

Lula mais uma vez mostra que a “renovação” prometida nunca sai do papel. A nomeação de Guilherme Boulos, o autoproclamado defensor dos sem-teto e rei das invasões, é a prova viva de que o governo prefere recompensar a militância ideológica a buscar competência técnica. Enquanto o país enfrenta crises reais, o presidente volta a agir como se o Planalto fosse uma extensão do diretório do PT e do PSOL, agora contemplado com um ministério.

O discurso de diálogo com os jovens e os movimentos sociais soa bonito, mas o que está por trás disso é pura estratégia eleitoral. Lula está montando o palanque de 2026, plantando suas peças no tabuleiro com a frieza de quem nunca deixou de pensar no poder. E Boulos, claro, é a aposta do petismo para manter viva a chama da velha  extrema-esquerda, mesmo que isso custe mais uma rodada de divisões dentro do próprio governo.

Mas o que esperar de alguém cuja trajetória política nasceu em cima de prédios invadidos e discursos inflamados? Agora, sentado no coração do Planalto, Boulos deixa de liderar ocupações para ocupar de vez o Estado. A pergunta que fica é simples e incômoda: qual será o próximo passo? Transformar a Esplanada em um acampamento do MTST?

Por trás desse malabarismo político, Lula tenta matar dois coelhos de uma vez, agradar a base radical que vinha se sentindo esquecida e preparar o terreno para um sucessor dócil, alinhado e obediente. É a velha fórmula, o discurso de inclusão para mascarar o aparelhamento. A esquerda chama de diálogo; o Brasil chama de repetição do erro.

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