Agências de marketing com 10 seguidores, gastos crescentes e uma ABDI que parece mais um comitê de campanha

Os números da vaidade de Ricardo Cappelli continuam subindo e agora vêm acompanhados de nomes no mínimo suspeitos. Registros oficiais da Meta, responsável por Facebook e Instagram, mostram R$ 213.555 em anúncios relacionados à imagem do presidente da ABDI nas redes sociais. Só na última semana, foram R$ 4.608 em impulsionamentos.

Nada indica que a ABDI tenha formalmente pago esses valores, mas é difícil ignorar que o homem à frente da agência pública é o principal beneficiado. Com as acusações de uso político da estrutura da ABDI crescendo, a pergunta inevitável é: de onde vem o dinheiro que alimenta tanta autopromoção?

Mais curioso ainda é o currículo das agências envolvidas. Uma delas, chamada Interativa Plus, exibe nas redes sociais apenas 10 seguidores no Facebook e 47 no Instagram, embora afirme ter 15 anos de experiência em marketing e comunicação. Um desempenho que nem a mais generosa campanha de impulsionamento conseguiria justificar.

Enquanto isso, ex-funcionários da ABDI relatam o funcionamento de um bunker político no Setor Comercial Sul, chefiado pelo gerente de marketing Bruno Trezena, onde seriam produzidos conteúd

os para promoção pessoal de Cappelli em pleno horário de expediente.

A senadora Damares Alves protocolou um requerimento cobrando explicações do ministro Geraldo Alckmin e acesso aos contratos de publicidade assinados pela ABDI nos últimos 24 meses. Quer entender se a agência, criada para desenvolver a indústria brasileira, não está servindo como incubadora de ambições eleitorais.

Se as suspeitas se confirmarem, Cappelli pode responder por improbidade administrativa e uso indevido da máquina pública. No Brasil, a fronteira entre o servidor e o influenciador político nunca pareceu tão borrada, e o contribuinte continua pagando o filtro de beleza dos poderosos.

Tags: Ricardo Cappelli, ABDI, Interativa Plus, Damares Alves