Com cálculos de fantasia e promessas de palco, o ex-assessor de Dino tenta vender Brasília a mesma ilusão que deixou o Maranhão na pobreza

Por Andrey Neves

No dia 3 de outubro, Ricardo Cappelli publicou em suas redes sociais que o trabalhador paga R$ 220 por mês em transporte, o que seria cerca de 15% do salário mínimo. A declaração, sem qualquer base real, espalhou desinformação entre seus próprios seguidores. Se ele já age assim com informações básicas, o que esperar se um dia governar o Distrito Federal?

O discípulo de Rollemberg defende uma tarifa zero, mas parece ignorar o impacto concreto dessa promessa no bolso de quem trabalha de fato. No Maranhão, ao lado de Flávio Dino, Cappelli deixou um rastro de críticas: o estado hoje abriga as quatro cidades mais pobres do país, com os piores indicadores de desenvolvimento humano. Pergunta-se: é isso que ele deseja para Brasília?

A gestão de Dino também é alvo de lembranças controversas: respiradores comprados durante a pandemia de Covid nunca chegaram, e o processo agora chega às mãos do próprio ministro da Suprema Corte, evidenciando um histórico de promessas que não se concretizam.

Cappelli parece um menino que está de recuperação e vai fazer uma prova para tentar ser aprovado, como se tivesse que estudar em um mês tudo que deveria ter estudado em um ano. Ele se apresenta como alguém disposto a “conhecer o quadradinho” do DF, dormindo em várias cidades para falar pela população. Mas o povo não é bobo: a diferença entre discurso e prática é visível.

Diariamente, ele cita a vice-governadora Celina Leão, que tem apoio consolidado da população, ao contrário do próprio Cappelli, que aparece em pesquisas com 5,2% de intenção de voto, contra 37,5% de Celina, segundo Paraná Pesquisas. Daí vem a reação agressiva e os ataques repetidos, um jogo político sujo.

Recentemente, Cappelli foi processado judicialmente por veicular desinformação em suas redes sociais, fazendo acusações sem qualquer prova contra a atual vice-governadora Celina Leão. A decisão da 21ª Vara Cível de Brasília, proferida pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, determinou que ele remova o vídeo em 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 500, limitada a R$ 10 mil. A medida considerou que o conteúdo era ofensivo e infundado, gerando dano à imagem da parte autora.

Quando a própria conduta de Cappelli se mostra repleta de desinformação e ataques infundados, o futuro é preocupante.