Declaração do CEO francês sobre carnes do Mercosul gera reação no Brasil e expõe tensões econômicas

A decisão do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, de não comprar mais carnes produzidas em países do Mercosul, incluindo o Brasil, provocou uma resposta contundente da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes de São Paulo, que convocou um boicote à rede de supermercados. A medida reacende debates sobre protecionismo, comércio internacional e a relação entre os mercados brasileiro e europeu.

Especialistas como Diogo da Luz, comentarista do agronegócio, classificam a decisão como um “tiro no pé” do CEO francês, destacando que o Carrefour no Brasil possui maior relevância do que na França. Segundo Luz, a situação poderia ter sido conduzida de forma menos prejudicial: “Se o Carrefour francês já privilegiava produtores locais há anos, bastava uma explicação clara. Agora, criou-se um problema global.”

A reação também foi interpretada como reflexo da política protecionista do presidente Emmanuel Macron, que frequentemente manifesta resistência à competitividade do agronegócio brasileiro no mercado europeu. Para Priscila Almeida, analista econômica, “o boicote é legítimo e uma forma de mostrar a força do agro nacional, que move bilhões na economia brasileira.”

Apesar das críticas, gestores de branding acreditam que a repercussão negativa pode ser transitória. No entanto, o episódio reforça as complexidades das relações comerciais e a importância de uma comunicação estratégica em corporações globais.