Presidente transfere a responsabilidade da crise econômica para o povo enquanto impostos altos e serviços precários sufocam brasileiros

Por Andrey Neves

A recente declaração do presidente Lula de que os brasileiros devem simplesmente deixar de comprar produtos caros para reduzir os preços gerou revolta e preocupação. A frase mostra o distanciamento do governo da realidade do povo, que já luta diariamente para colocar comida na mesa. A sugestão de um boicote ao comércio não resolve a inflação e ainda prejudica pequenos empreendedores, além de ignorar que muitos brasileiros já passam fome sem precisar “escolher”.

Enquanto isso, o Brasil segue com uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Em média, um trabalhador passa cinco meses do ano pagando impostos para ter acesso a serviços públicos falhos, sem segurança, educação ou saúde de qualidade. O problema da inflação e do alto custo de vida deveria ser combatido com medidas econômicas eficazes, e não com discursos vazios que colocam a responsabilidade da crise nas costas da população.

Em vez de propostas concretas para reduzir os preços dos alimentos e combater a desigualdade, Lula culpa o próprio povo por não saber “se controlar” na hora de consumir. A reação foi imediata: nas redes sociais, brasileiros ironizaram a solução simplista, apontando que ninguém compra por diversão e que, para muitos, “deixar de comprar” significa passar fome.

A inflação dos alimentos não é causada pelo consumo das famílias, mas sim por uma política econômica ineficiente, falta de incentivos ao setor produtivo e altos impostos. Em vez de buscar soluções reais, o governo prefere transferir a culpa para a população que já sofre com os preços altos. O Brasil precisa de liderança que encare os problemas de frente, e não de frases feitas que ignoram a realidade e pioram a situação.