Mães atípicas merecem aposentadoria especial? SIM, e aqui está o porquê!

Compartilhar

Aposentadoria para mães atípicas, uma pauta urgente e necessária

Por kelly Souza

A pergunta pode parecer simples, mas carrega em si uma luta silenciosa e cotidiana de milhares de mulheres no Brasil: mães que largam tudo para cuidar de filhos com deficiência ou autismo merecem aposentadoria especial? Para mim — que vivo essa realidade todos os dias — a resposta é clara e urgente: SIM.

Cuidar de uma criança com deficiência ou dentro do espectro autista vai muito além do amor incondicional. É um trabalho de tempo integral, sem férias, sem folga, sem 13º. Envolve noites em claro, incontáveis idas a médicos e terapeutas, adaptações constantes da rotina, renúncias profissionais e emocionais — tudo isso com um nível de dedicação e responsabilidade que muitas vezes ultrapassa o de profissionais da saúde.

E sabe o que é mais difícil? Fazer tudo isso sem o amparo do Estado. Muitas mães, como eu, abrem mão de suas carreiras, estudos e até da própria saúde mental para garantir o mínimo de qualidade de vida para os filhos. A sociedade ainda nos vê como “fortes”, “guerreiras” — mas força não deveria ser sinônimo de abandono institucional.

Uma aposentadoria especial para mães atípicas não é privilégio, é justiça. Assim como outras categorias profissionais que recebem esse direito por exercerem atividades extenuantes ou de risco, cuidar de uma criança com deficiência ou autismo também exige uma carga física e emocional que deveria ser reconhecida legalmente.

Reconhecer essa luta como trabalho é um passo essencial para tornar nossa sociedade mais empática e inclusiva. É hora de transformar a dor e o esforço dessas mulheres em políticas públicas reais. Não queremos esmola, queremos dignidade. Queremos que o cuidado seja valorizado como ele merece ser.

A luta por uma aposentadoria especial é, acima de tudo, uma luta por respeito. E ela precisa da sua voz também.

Faça um comentário