O surto dos “pais” de plástico

Published On: 19/05/2025 10:01Etiquetas: , , ,

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De pets a bonecos, a sociedade transforma carência afetiva em espetáculo e abraça o delírio como estilo de vida

Por Andrey Neves

O Brasil acaba de receber o troféu de ouro na categoria imbecilidade pública. Agora somos oficialmente o país que aceita tudo — e a moda da vez são bebês de plástico. Isso mesmo. Bonecos.

Importante dizer: não estou falando aqui do luto perinatal, da síndrome do útero vazio, ou de casos graves de ansiedade e depressão materna — situações reais, dolorosas, que muitas vezes exigem apoio psicológico e, sim, o uso de um bebê reborn como recurso terapêutico com acompanhamento profissional. Estou falando de gente que simplesmente não tem o que fazer, que transforma carência emocional em performance pública, e que decide adotar um boneco como quem assina um pacote de streaming: por tédio, por vaidade ou para lacrar nas redes sociais. Sendo assim…

Vamos dar alguns passos para trás nesse jogo insano chamado “sociedade moderna” e tentar entender de onde veio essa nova loucura disfarçada de normalidade.

Primeiro, precisou-se de uma boa dose de feminismo confuso, aquele que não empodera, mas confunde. Enquanto homens adormecem em empregos exaustivos das 8h às 20h, vão morrendo em silêncio, deixando de ser Homens — não por escolha, mas por esvaziamento. Nesse vácuo, surgem mulheres cada vez mais masculinizadas, tomando voz e poder, o que por si só não seria problema… se não viesse junto com a imposição de uma ideologia que desce goela abaixo. E aqui deixo uma provocação ao meu caro leitor: se o machismo é ruim, por que o feminismo seria bom?

Não bastasse isso, aceitamos com naturalidade o “pai de pet” — o que já era, sejamos sinceros, um surto coletivo. Agora, o próximo estágio da insanidade: “pais de boneco reborn”. Com minha modesta leitura de psicologia, me arrisco a dizer que estamos apenas criando novas narrativas para justificar as velhas loucuras. Tipo: “já que ninguém levou a sério que eu sou pai do meu cachorro, vou dizer que sou pai de um boneco — assim a primeira maluquice parece até sensata perto da segunda”.

Lembra do Jean Wyllys no BBB 6? Pois é, ele se declarou “o primeiro pai gay solteiro da história” durante uma prova, segurando um boneco. Será que foi ali o estopim dessa palhaçada?

E enquanto isso tudo rola, os orfanatos continuam lotados de crianças reais, com histórias reais, esperando pais de verdade. Mas claro, é muito mais conveniente “adotar” um boneco ou um gato do que encarar a responsabilidade de cuidar de um ser humano.

Em certos casos, não reproduzir e poupar o mundo de mais uma geração dessa ideologia já é um ato de responsabilidade.

E se dermos mais alguns passos atrás nesse tabuleiro do absurdo, encontramos os “therians” — gente que acredita ser animal, mas se recusa a comer ração. Vai entender.

Na minha singela opinião, parte da nossa espécie, o Homo sapiens, desistiu de viver. Ou está apenas fazendo hora extra na Terra, enquanto transforma qualquer nonsense em moda.

Ah, como eu queria acreditar que tudo isso não passa de uma simples coincidência — e não de uma conveniente cortina de fumaça para o curioso caso do INSS.

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