STF determinou apuração de 964 emendas que somam R$ 649 milhões; caso do senador goiano envolve R$ 1 milhão sem comprovação de uso
A Polícia Federal abriu investigação contra o senador Wilder Morais (PL-GO) por suposto desvio de recursos de emendas parlamentares. A apuração foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que ordenou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o levantamento de todas as emendas sem plano de trabalho. No caso do parlamentar goiano, R$ 1 milhão está sob suspeita pela ausência de documentos que comprovem a execução dos valores.
O levantamento inicial identificou 964 emendas nessa condição em todo o país, totalizando R$ 649 milhões. Criado em 2019, o modelo que permite repasses diretos a estados e municípios sem convênios ou projetos específicos foi apresentado como forma de agilizar o uso das verbas, mas especialistas alertam para os riscos de mau uso do dinheiro público.
Segundo analistas, a falta de transparência e de exigência de planos detalhados abre espaço para desperdício, irregularidades e até para uso político-eleitoral dos recursos. Em ano pré-eleitoral, o temor é que parte das verbas se torne instrumento de barganha, financiando obras inacabadas ou inexistentes e comprometendo a confiança da população na gestão pública.