República dos Condenados tenta ressurgir das cinzas em 2026

Publicado em: 28/10/2025 09:10Tags: , , ,

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Arruda, Gim Argello, Agnelo e Brunelli apostam na memória curta do eleitor em um retorno político que desafia a ética e a paciência do DF

Por Andrey Neves

A velha guarda da corrupção brasiliense tenta mais uma vez ressuscitar das cinzas. Liderados por José Roberto Arruda e Gim Argello, ambos com passagens pela prisão, nomes manchados por escândalos milionários agora ensaiam um retorno eleitoral em 2026. Juntos, formam o que muitos chamam de “República dos Condenados”, um grupo que parece testar o quanto o eleitorado do Distrito Federal está disposto a esquecer.

Arruda, preso em 2010 por corrupção no escândalo da Caixa de Pandora, reaparece como se o vídeo em que recebia uma sacola de dinheiro nunca tivesse existido. Ao seu lado, Gim Argello, condenado a 19 anos por embolsar R$ 7,35 milhões em propinas de empreiteiras, preso na Lava Jato e reabilitado judicialmente, tenta transformar absolvições processuais em certificado de inocência moral.

A lista de retorno não para por aí. O ex-governador Agnelo Queiroz, condenado por improbidade no superfaturamento bilionário do Estádio Mané Garrincha, e o ex-deputado Júnior Brunelli, protagonista da infame “oração da propina”, completam o quarteto da nostalgia da impunidade.

Com discursos de “obras e bênçãos”, o grupo tenta reescrever a própria história, explorando a memória curta e a descrença popular. Mas para quem ainda lembra o preço da corrupção, ver esses nomes em campanha soa como um insulto à inteligência coletiva.

Em um momento em que a sociedade clama por ética e renovação, o retorno dessa velha turma mostra o quanto a política ainda precisa ser depurada. E o eleitor brasiliense, mais do que nunca, precisa decidir se vai repetir os erros do passado ou finalmente encerrar o ciclo da vergonha.

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