São João da Vergonha | A Quadrilha Que Roubou os Velhinhos

Published On: 14/05/2025 16:53Etiquetas: ,

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Enquanto o país dança e celebra, idosos choram ao ver seu futuro saqueado por quem deveria protegê-los

Por Andrey neves

Parece que acordamos mais uma vez no meio de um loop. Como se a história desse país insistisse em se repetir, apenas trocando os nomes dos personagens. O escândalo envolvendo o roubo de R$6 bilhões do INSS não é só um crime contra o Estado, é uma agressão direta ao povo brasileiro — especialmente aos nossos idosos, que agora sofrem mais uma vez com as consequências de um sistema corrompido de dentro para fora.

Sim, de dentro mesmo — de dentro do governo, dos gabinetes, dos cargos conquistados pelo voto popular. E não podemos dizer que foi por falta de aviso. A internet está aí, acessível, gritando verdades para quem quiser ouvir antes de decidir seu voto. Mas, infelizmente, no Brasil, parece que ainda se vota com o coração no futebol e os pés no samba. Carnaval, Copa do Mundo, São João… é nisso que nos agarramos enquanto o país desmorona.

Aliás, está chegando o São João. E enquanto muitos já montaram suas quadrilhas para dançar e comemorar, os verdadeiros donos da “Quadrilha” — com Q maiúsculo — também festejam: cada um com seu par, celebrando os bilhões desviados. O casamento já foi feito, e a noiva ostenta luxo, voando alto em seu modelito de avião. O curioso é que, nesse casamento, o padre que exigia o cartão de vacina do antigo noivo, agora fecha os olhos para o desvio do dinheiro dos velhinhos — pai do novo noivo.

Lá do fundo, alguém grita: “Olha a cobra!” E os velhinhos gemem. Dessa vez, não é mentira.
Logo depois, outro alerta ecoa: “Olha o roubo!” E a resposta vem gelada: “É verdade…”

Enquanto isso, seguimos. Trabalhamos metade do ano para pagar impostos, e a vida inteira para conquistar uma aposentadoria que, quando chega, já não garante nem canjica ou quentão para aquecer o corpo e a alma nas noites frias. No fim, estamos todos presos na roda dos ratos: corremos, gastamos, nos cansamos — e não vivemos. Porque nosso dinheiro, nosso suor, já tem dono.

E o mais triste? Ainda sorrimos com os memes. Rimos para não chorar. Mas não vamos às ruas, não exigimos justiça, não defendemos nossos idosos. O governo já decidiu: quem vai pagar por esse roubo somos nós mesmos — a própria nação.

E, assim, seguimos dançando essa triste quadrilha.

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